16 de fevereiro de 2014

A Dominguite #22


A Dominguite desta semana vem um bocadinho no seguimento do Dia dos Namorados.
Venho falar-vos de uma coisa que me tem vindo a incomodar já há alguns tempos e que aparentemente não há meio de parar.
Tenho 27 anos e já perdi a conta de quantas vezes ouvi dizerem-me "tens que arranjar um namorado...", "já está na hora de começares a pensar em ter filhos..." e "então, quando é que te casas?", ou ainda "sabes, não podes arranjar alguém só porque sim, tem que ser alguém com dinheiro!" (esta é a melhor de todas).

Ora bem, vamos por partes:
-Tenho VINTE E SETE ANOS. Sou uma miúda nova. Não sou nenhuma solteirona na casa dos 60 anos e não vivo com dez gatos em casa para começar a entrar em desespero.;

-Tenho VINTE E SETE ANOS. Sou uma miúda nova. E ter uma criancinha não é assim tããããão difícil. Se não quiser ter trabalho a encontrar um progenitor até posso ir a uma clínica de fertilidade e tratar do assunto sozinha. Mas não é assim que funciona. Não vou, obviamente, ter filhos, sem ter uma vida estável. Ponto final.;

-Tenho VINTE E SETE ANOS. Sou uma miúda nova. Há quem se case depois dos 30, há quem se case depois dos 40 e há quem nunca se case. Por acaso até quero, mas... e se eu não quisesse casar? Nunca?;

-Tenho VINTE E SETE ANOS. Sou uma miúda nova. Mas será que é possível que em pleno ano 2014 ainda haja quem pense assim? Nunca, jamais em tempo algum eu me vou casar ou juntar a alguém só porque a pessoa tem dinheiro. Eu sei que há muita miúda nova, com carinha laroca que se junta a senhores mais velhos, já com o pé para a cova. Sinceramente (e sim, também isto pode ser preconceito), eu acho que nestes casos, não será o amor a prevalecer, mas pronto. Cada um sabe de si e há pessoas meeeeesmo  muito ambiciosas.

Para mim, o acto de namorar serve para conhecer alguém. Passar bons momentos, passar por dificuldades também, perceber se aquela pessoa serve para nós ou não. Não é, nem deveria ser, algo que se faça só porque sim ou para mostrar aos outros que não estamos sozinhos. Às vezes (muitas vezes!), mais vale estar sozinho do que mal acompanhado.
Estar sozinho não é sinal de fraqueza. Pelo contrário, é sinal de que gostamos o suficiente de nós para não desperdiçarmos o nosso tempo com alguém que não nos diz nada.
Se de facto encontrarmos alguém com quem queremos estar todos os dias, alguém com quem nos identificamos, alguém em quem confiamos, alguém que tem os mesmos valores que nós, alguém que "está lá para nós" no que der e vier...então se calhar faz sentido casar com essa pessoa. Ou viver junto se não se quiser casar. Whatever.
Quanto aos filhos... Para mim, deve ser das coisas mais maravilhosas que há na vida. Saber que existe alguém com os mesmos genes e que vai depender de nós e com quem vamos ter sempre uma ligação que ninguém pode quebrar... Deve ser um amor inexplicável!
Mas também devemos mentalizar-nos que isso pode nunca vir a acontecer. Ninguém sabe! E ninguém morre se não tivermos a sorte de ser mãe ou pai. É porque não teria que ser. Teremos outras sortes.

Tenho a certeza que quem nos pressiona com este assunto só quer o nosso bem, mas não é por pressionar que as coisas vão acontecer mais depressa.
Relaxem. O que tiver que ser, será ;)

Abreijos!
Bom Domingo!

Don't Mess With My Heels

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