Ontem, aparentemente, foi dia de promoções no Pingo Doce. Facto que eu só descobri quando estava de saída, mas que justificou perfeitamente tudo aquilo que por lá vi. Ele era prateleiras desfalcadas, caixas vazias e ao monte, produtos esgotadérrimos... Enfim, uma doideira. Escusado será dizer que era pessoas por todo o lado, aos encontrões. A diferença entre animais e aquilo era pouca...
Adiante.
A minha azia já tinha começado antes, quando tentei pedir um café na cafetaria do raio do supermercado e a senhora que estava a atender demorou tanto tempo, que me fez desistir.
Lá fui então em busca de coisas para o jantar. Finda a demanda, dirijo-me a uma caixa para pagar e a senhora responde-me que está à espera de um cliente que foi buscar não sei o quê. Perguntamos se podemos passar e começar a pôr as coisas na passadeira. Diz-nos que sim e imediatamente a seguir, o senhor que estava na fila ao lado, decide ir para aquela fila e passar à nossa frente. Sim, sem dar cavaco a ninguém.
Para não nos aborrecermos, lá mudámos de fila.
De repente, qual ninja, rápida e invisível, aparece a senhora da secção dos legumes, a quem tinha perguntado anteriormente se tinha coentros frescos (coisa rara, uma vez que abomino esta ervinha nojenta... mas adorando amêijoas à Bulhão Pato...não há nada a fazer), confesso que foi uma querida ao trazer-me coentros congelados. Até era melhor do que o que eu tinha pedido, assim não se sentia tanto o sabor! Nem tudo é mau!
Decidimos então dar uma segunda hipótese ao café. Tirámos a senha e esperámos, tínhamos duas pessoas à frente. Curiosamente, ainda lá estava uma das senhoras que estava da primeira vez. Percebi então que, quando a empregada do café se dirigiu tantas vezes àquela senhora, não foi porque esta estivesse a escolher o pastel de nata menos queimado ou a torta mais gordinha... Não. Eram amigas mesmo.
Entretanto, o senhor à minha frente foi atendido e lá larguei um "boa tarde" ficando à espera que a senhora me perguntasse o que queria.
Aquela pessoa ficou a olhar para mim e não me respondeu. Respondeu à amiga, respondeu à colega, olhou para mim em jeito de "vá diz lá o que é que queres". Eu abri a boca para falar e ela olhou novamente não sei para onde e voltou a falar com a amiga, deixando-me ali especada.
Ora, eu já estava prestes a abrir a boca para perguntar se ela se ia dignar a atender-me quando o querido, com um tom relativamente assertivo, pediu o raio dos cafés e disse-me para ir esperar na mesa. E tanta gente que dava tudo para ter um trabalho...
O querido chega com os cafés à mesa e na altura em que estou a levar a chávena às beiças, olho para o lado e vejo o senhor segurança a tirar macacos do nariz.
Com vontade. Tudo lá dentro.
Não queria acreditar... Era mau demais, mas era real.
Claro que comecei a espingardar, a dizer que o homem era nojento e etc e tal. O querido prontamente me encaminhou para uma mesa de forma a que eu ficasse de costas para aquele ser. Mas eu, feita parva e ainda sem saber bem porquê, virei-me e lá estava ele novamente a tirar os macacos todos.
O porco. E não contente, vai de chamar não sei quem à recepção e ainda passou as mãos pelo cabelo.
Nojo.
Obrigada Pingo Doce
Don't Mess With My Heels
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