Ontem, com um trânsito infernal devido ao jogo do Benfica, os transportes públicos estavam cheios até ao tecto. Para variar.
Lá consegui enfiar-me num autocarro para descer das Amoreiras ao Marquês de Pombal e claro, a aglomeração de pessoas e o cheiro a refogado naqueles quase 15 minutos de viagem iam fazendo com que não conseguisse estar hoje a contar-vos esta história...mas isso agora também não interessa nada.
Ora então, tive a ousadia de me sentar num daqueles lugares reservados a grávidas e afins, consciente que teria que me levantar caso fosse necessário. Praticamente minha frente sentou-se uma rapariga grávida, que não devia ter ainda 20 anos. Cheia de piercings no lábio inferior, tatuagens manhosas e ar de esgazeada. Claro que pensei que algo tinha corrido mal naquela história e tentei perceber se o rapaz que estava com ela seria o pai da criança.
Não podia ser.
Aquela maneira de falar, aquelas calças cinza claro demasiado justas (que nem eu usaria) e completamente arregaçadas para cima...
Mas isto de ver um homem de calças tão justas tem o seu senão, claro. No meu campo de visão dava para reparar perfeitamente (demasiado) na protuberância do jovem, dentro da sua calça. Sendo que o próprio também reparou, tendo proferido as seguintes palavras em alto e bom som e com um certo orgulho:
-"Olha! Daqui dá para ver a minha gaita!!"
Pois dava. E não era suposto.
Não me recordo do que a rapariga disse, mas fiquei tão enojada que achei por bem desligar daquela criatura.
Mais tarde, e sem conseguir resistir, ouvi pedaços de outra conversa em que ele dizia:
-"Então, mas assim é que deve ser! Primeiro conheces o corpo da pessoa e se gostares é que começas a sair e a conhecer melhor!"
A rapariga, apesar de grávida (possivelmente por acidente) ainda tentou destituí-lo daquela ideia descabida, mas ele continuou:
-"Mas não achas?? Então, vais lá. Se não prestar já não precisas de ir conhecer o resto. Temos que conhecer o corpo primeiro para saber se vale a pena perder tempo a conhecer o resto!"
Felizmente chegou a minha paragem e não tive que ouvir mais nenhuma barbaridade da boca daquele ser.
É isto a geração de hoje... Vergonha alheia.
Don't Mess With My Heels
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